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Qual é a cara de Curitiba?

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Piá, vina, japona, lagartear no sol, no galeto, penal.... O “curitibanês” não é dialeto nem idioma, mas carrega o forte pertencimento da capital mais fria do Brasil. Além da letra “r” mais forte, como na palavra “porta”, a pronúncia dos moradores de Curitiba também revela a miscigenação cultural da cidade. Conhecida por receber estrangeiros de diversos países, a capital paranaense homenageia todos os imigrantes que adotaram Curitiba. Pessoas que encontraram na cidade não apenas uma casa, mas um novo lar, podendo relembrar suas origens em diversos monumentos, praças e parques. Se “casa é onde o coração está”, Curitiba distribui amor em cada canto. 

Praça do Japão

Curitiba tem a segunda maior comunidade japonesa no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo. Em homenagem aos imigrantes que chegaram à capital paranaense em 1910, a Praça do Japão começou a ser construída em 1958 e finalizada em 1962, mas até os dias atuais é um dos cartões-postais da cidade. São mais de 4 mil metros quadrados, mais de 30 cerejeiras trazidas do Japão e seis lagos artificiais com arquitetura nipônica. Em 1993, foram construídos o Portal Japonês, a Casa de Chá e a Casa da Cultura. Já em 2018, a praça ganhou um monumento de 7 metros criado pela consagrada artista Tomie Ohtake. 

Memorial Árabe

Em homenagem aos imigrantes do maior grupo étnico entre o norte da África e Oriente Médio, o Memorial Árabe é composto pela Praça e Biblioteca Gibran Khalil Gibran, ambos nomeados em alusão ao consagrado escritor libanês, retratado em um busto dentro da edificação construída sobre um espelho d’água. Inaugurada em 1996, a biblioteca vermelha e azul tem cerca de 140 metros quadrados e se destaca pelos vitrais de arquitetura tradicional, além do acervo literário focado na cultura árabe. Na capital, a imigração teve início no século XIX e grande expansão no pós-Segunda Guerra, sendo que grande parte dos imigrantes eram muçulmanos. 

Museu Egípcio

Focado também na cultura do Oriente Médio, o Museu Egípcio e Rosa Cruz é um dos locais de destaque no Brasil que retratam a história egípcia. Fundado  em 1990, o acervo abriga a única múmia original no país: “Tothmea”, uma mulher que possivelmente foi musicista de um templo dedicado à deusa Ísis, há cerca de 2.600 anos. O espaço conta com aproximadamente 700 peças relacionadas ao Antigo Egito, 200 delas em exposição. Anexos ao museu estão a Biblioteca Alexandria e o Auditório H. Spencer Lewis, sob responsabilidade da Ordem Rosae Crucis – AMORC, entidade internacional místico-filosófica. 

Parque Tingui 

Com o nome alusivo à tribo Tingui, povo originário que habitava o local onde hoje é a capital paranaense, o Parque Tingui é centro de várias homenagens étnicas. Com 427 mil metros quadrados, o parque conta com a Praça Brasil 500 Anos, inaugurada em 2000 para celebrar o quincentenário do descobrimento do Brasil, que relembra os antigos descobridores; a última obra de arte de Emanoel Araújo (1940 - 2022), referência na cultura negra do Brasil; e o Memorial Ucraniano, em alusão aos imigrantes que chegaram em Curitiba e região a partir de 1895. O memorial é cartão-postal da cidade e representa os 45 mil imigrantes ucranianos que chegaram à capital até 1914. 

Parque Gomm

Com flores de diversos tipos, o pequeno parque de 2,5 mil metros quadrados é um dos tesouros do Batel. Conhecido também como Memorial Inglês, o espaço é decorado com tijolos, cabine telefônica típica de Londres e uma casa com característica da Grã-Bretanha, além do caminho que leva ao parque infantil e aos Jardins de Mel. O parque, inaugurado em 2010 e reformado em 2019, recebeu o nome em homenagem à tradicional família inglesa Gomm, que chegou a morar na casa amarela em meio ao parque, hoje tombada como Patrimônio Cultural. O local celebra a imigração inglesa, que aconteceu a partir do século XIX. 

Bosque Alemão

Marcado na memória das crianças curitibanas, o Bosque Alemão é um dos passeios mais lúdicos da capital. A trilha em meio à mata nativa conta a história de João e Maria, dos escritores alemães Irmãos Grimm. No trajeto, o visitante se depara com a biblioteca infantil, conhecida como Casa das Bruxas, onde acontecem sessões de contação de histórias e fábulas. Além das atrações infantis, o local ainda possui uma sala de concertos chamada “Oratório de Bach”, que antigamente era uma igreja decorada em estilo neogótico. O terreno onde hoje se encontra o Bosque Alemão pertencia à família Schaffer e tem um total de 38 mil metros quadrados, onde estão localizados a Torre dos Filósofos, o mirante com vista panorâmica da capital e da Serra do Mar e a Praça da Poesia Germânica, em alusão aos imigrantes vindos a partir de 1933. 

Praça da Espanha

Referência em gastronomia e localizada no coração do bairro Bigorrilho, a praça foi inaugurada em 1955 e possui 6,5 mil metros quadrados. Nos finais de semana, é palco para encontros de carros antigos e feira de antiguidades durante o dia e, à noite, torna-se um dos locais mais visitados em Curitiba pela quantidade de bares e restaurantes que oferecem diferentes serviços, desde os mais econômicos até os de alto padrão. Baseado nos tradicionais “Faróis do Saber” da capital paranaense, o Centro Cultural Miguel de Cervantes relembra o famoso escritor de “Dom Quixote De La Mancha”, em que a pintura em vermelho e amarelo é uma alusão à bandeira espanhola. Os imigrantes chegaram à cidade em 1884 e, num segundo momento, em 1910, fugindo da Primeira Guerra Mundial. 

Santa Felicidade

Fundado em 1878, o bairro tem sua história, cultura e gastronomia ligadas à imigração italiana. O nome se deu em homenagem à Felicidade Borges, irmã de Antônio Bandeira, que foi proprietário do terreno onde se instalou a primeira colônia italiana de Curitiba. Oriundos de Trento e Vêneto, os imigrantes participaram diretamente da economia gastronômica da região, com a produção de queijos, vinhos e hortifrutigranjeiros que são tradicionais no comércio local, fazendo do bairro o maior polo de restaurantes da capital. Junto da culinária, Santa Felicidade é referência na música, dança, religiosidade e arquitetura, e tem na divisa com o bairro Mercês um grande portal inaugurado em 1990, que retrata as construções típicas do bairro.  


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