Sustentabilidade
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O planeta vem enfrentando altas temperaturas fora de época. Em 2023, o Brasil teve o inverno mais quente das últimas seis décadas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), regiões do Sudeste, como São Paulo e o Triângulo Mineiro, tiveram de 50 a 70 dias com calor intenso, principalmente em agosto e setembro. Este ano, ao final do verão, Curitiba, a capital mais fria do Brasil, registrou vários dias seguidos com termômetros batendo os 30°C, numa época em que o clima costuma ser mais ameno.
Situações extremas como essas jogam luz sobre a iminência de tragédias ambientais relacionadas ao clima. Os problemas mais comuns, além do aumento das temperaturas, incluem o derretimento de geleiras e a degradação da natureza, mas também elevam o risco do surgimento de novas doenças infecciosas. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que ao menos 150 mil mortes ocorram no mundo todos os anos em decorrência das mudanças climáticas. O número, que já é alto, deve dobrar até 2030.
Esse contexto exige que diversos setores da economia desenvolvam soluções e produtos mais sustentáveis, e o turismo, especialmente o de negócios, está inserido nessa demanda. Um relatório da Organização Mundial de Turismo (OMT), publicado em dezembro de 2019, aponta que, até 2030, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes dos meios de transporte relacionados ao turismo podem representar 5,3% do total de emissões globais. E se engana quem pensa que apenas os aviões são responsáveis, pois automóveis, vans, ônibus e outros veículos terrestres de transporte de passageiros também contribuem significativamente para esse cenário.
Em relação ao turismo de negócios, ainda que a necessidade de isolamento social durante a pandemia de covid-19 tenha demonstrado que é possível realizar congressos on-line de qualidade, o feedback sobre eventos presenciais costuma ser mais positivo. Isso é destacado por Fiona Plumpton, chefe do escritório de convenções da London & Partners, agência de turismo de negócios para Londres, e dos serviços de Sustentabilidade no London Convention Bureau.
Ela comenta que uma tendência que tem crescido é a redução no número de eventos que não são indispensáveis, seguindo uma espécie de lógica de “poucos, mas bons”. Na Europa, a empresa recomenda viagens pelas linhas da Eurostar, operadora de trens de alta velocidade, com abrangência interessante no continente. Já para se locomover na capital londrina, a orientação é para priorizar o sistema de metrô e táxis e ônibus elétricos ou movidos a hidrogênio.
Acreditamos que se trata de dar aos organizadores de eventos opções de sustentabilidade. É claro que alguns ainda não estão tão interessados nisso, mas outros estão muito mais avançados em sua abordagem. A compensação e a remoção de carbono são duas medidas que podem ajudar”, pontua Fiona. Outro ponto de preocupação é a poluição plástica. Atualmente, estima-se que existam entre 75 e 199 milhões de toneladas de resíduos plásticos nos oceanos, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Até 2040, prevê-se que esse número quase triplique.
Aos viajantes, o PNUMA sugere que levar suas próprias bolsas, garrafas d’água e artigos de higiene pessoal pode aliviar a pressão sobre o lixo e o sistema de reciclagem local, reduzindo também a dependência das economias locais em relação a utensílios plásticos de uso único, como copos descartáveis.
No mesmo sentido, Fiona Plumpton destaca a importância de os viajantes de negócios observarem a produção de resíduos plásticos ao escolherem uma hospedagem. “Recomendamos a escolha de hotéis ou pousadas com certificação verde, o que indica que o estabelecimento adota um conjunto de práticas sustentáveis, incluindo a redução de emissões de carbono, a diminuição do uso de plásticos descartáveis, a gestão eficiente de resíduos alimentares e o engajamento da equipe em questões ambientais”, ressalta a especialista.
Durante a realização da convenção, deve-se lançar mão de materiais sustentáveis, minimizar o uso de impressões, priorizar a sinalização digital e evitar a utilização de plásticos, embalagens e brindes desnecessários. Edificações sustentáveis, que contam com painéis solares e sistemas de economia de água, por exemplo, são preferenciais para sediar o encontro. Além disso, se o evento incluir coffee breaks e rodadas de networking com petiscos e bebidas, recomenda-se a escolha de fornecedores que ofereçam um menu saudável e com “baixo teor de carbono”, como pratos à base de plantas e preparados com ingredientes orgânicos. Embora essas sugestões possam variar em grau de dificuldade para serem implementadas, é importante reconhecer que, em direção a um futuro mais sustentável, cada ação tem seu valor. Faça o que for possível dentro da sua realidade, mas faça!
Viasoft Experience - um passo à frente na sustentabilidade
O Viasoft Experience está localizado dentro do campus da Universidade Positivo, eleito, em 2020, o mais sustentável do mundo. A conquista veio por meio de uma série de ações com foco em tornar o espaço mais democrático e autossuficiente. Além de estar rodeado por um lago com mais de 30 mil metros quadrados, 23 bosques e 125 jardins em 153 mil metros quadrados de área verde, a instalação de uma usina de painéis solares permite que parte da energia consumida pelos prédios seja gerada ali mesmo.
Sem contar que pontos de recarga para carros elétricos são uma maneira de incentivar a adoção desse tipo de veículo. Estações de guarda-chuvas compartilháveis espalhadas pelo espaço trazem praticidade e comodidade para os frequentadores, já que os guarda-chuvas podem ser retirados em uma estação e devolvidos em outra, sem custo algum por até 24 horas.